quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Buenas amigos.!!

Gostaria de compartilhar com vocês a gradesa deste texto ecrito pelo poeta Elvio Luis Casalinho, é por ai caminho..!! Boa leitura..!! Forte Abraço.



EM BUSCA DA SIMPLICIDADE

Tenho pensado muito nestas novas boas andanças da minha vida, todas elas, ao menos as que estou me referindo relacionadas a musica gaúcha. Em especial à poesia gaúcha. E como se desenha a vida, tenho tido felicidades e tristezas. O que é normal! Não com relação à competição de festivais, o que entendo até saudável na medida que tentamos sempre fazer o melhor, pois do contrário caminharíamos pra trás; mas sim, na análise da involução do verso gaúcho de uma forma geral.
E por que digo involução?
Por um simples fato. Estamos esquecendo da simplicidade do verso. Estamos esquecendo o porquê do sucesso infinito de Destino de peão! Estamos esquecendo que o verso deve adentrar ranchos, ou mesmo chegar aos ouvidos do homem simples do campo. Este sempre foi o tiro certo da poesia terrunha. Aquela que por vezes se topa com o sonho de um simples peão de estância que liga o seu radinho entre a desencilha da manhã e a encilha da tarde.
Temos hoje, e me incluo nisto, a falsa ilusão de que o verso rebuscado demais, o verso construído de métrica perfeita, da rima perfeita, da construção matemática seja o melhor. Que pena!... Poesia não é verso. Verso são escritas que podem ou não trazer sentimento e mais importante... Passar sentimento; retratar imagens que tocam o coração, antes mesmo de serem tocados num violão.
Metáforas exacerbadas, voltas e voltas para então dizer algo comum, ou não dizer nada. Nada disso tem sentindo num contexto de poesia gaúcha. Onde como sempre diz Glênio Fagundes... Ou talvez alguém antes dele que não conheço... O DIFÍCIL É FAZER O SIMPLES. E de fato é. Mas por que temos que enfeitar algo que podemos por num papel de forma singela? Por quê? Existe uma frase na poesia chamada "Milonga para cantar querência", do grande poeta Sergio Carvalho Pereira, que diz: se o pasto solta semente, vinga mais pasto do lado.
Pois então. Que simplicidade maravilhosa! Mas será que nós poetas novos ou metidos a poetas teríamos a coragem de colocar numa letra algo tão simples, verdadeiro e real como isto? De certo o grande Sergio é grande por isso! Por entender que a simplicidade é maior que a metáfora, que a construção proposital, que a rima.
Bom. Também foi ele, o querido Serginho que disse uma certa vez, há muito tempo... Não preciso quase nada, pra vida de peão campeiro. Espora, cincha, baixeiro, boieiras, luas e aguadas... Um galo pras madrugadas e uma guitarra pra noite, flor de trevo nas canhadas... Maçanilha no horizonte...

Então eu pergunto... Pra mim mesmo... Precisa mais alguma coisa?... Claro que não! E desta forma pura, sem forçação, sem construção, sem matemáticas nojentas destinadas a festivais, é que o verso gaúcho se destaca e segue vivo e forte nos que assim entendem. À moda antiga, como Lisandro um dia nos brindou.
E tantos outros responsáveis por esta simplicidade que cada vez tenho saudade, tais como o poeta maior Jayme Caetano, os Rogérios... Ávila e Villagran, o Batista, o Márcio, o Evair e alguns poucos outros...
Que bom que tenhamos todos a consciência do que merece ser lido, ser escutado, ser apreciado, ser guardado em nossas mentes e corações, e um pingo de lei para fazer o aparte do refugo construído, matemático, com voltas e firulas inúteis que descabem na poesia gaúcha.
Assim eu penso.

Helvio Luis Casalinho, 08 de julho de 2010
Fonte: Radio Sul.Net: http://www.radiosul.net

0 comentários:

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO